Como usar o SEO para impulsionar a sua Marca, por Maryanna Franco

 

Os updates frequentes do algoritmo do Google bem como a sua crescente compreensão do conteúdo publicado, fazem com que os esforços de Marketing tenham vindo a mudar o foco das suas estratégias tradicionais para Branding (impulsionamento da Marca).Esta alteração ainda induz dúvidas na maioria das empresas: como mudar o que tem funcionado tão bem nos últimos 20 anos?

 

Ainda que haja resistentes a esta mudança, a verdade é que com o advento da Inteligência Artificial, das LLMs (Grandes Models de Linguagem), e dos assistentes de aprendizagem (como ChatGPT, Google AIOverview ou Bing Copilot), se esta alteração do foco de ação não for implementada, as marcas em alta hoje não serão as de amanhã.

A criação de conteúdo que sirva todas as etapas do funil de Vendas é um bom primeiro passo para tornar a sua empresa à prova de futuros updates. No entanto, há outros fatores que têm vindo a ocupar espaço no pódio e que são fundamentais para o seu ranking e não só. Por outro lado, alguns fatores importantes no passado (como a velocidade das páginas) começaram a perder relevância.

O funil de vendas em SEO é cada vez mais importante e, embora inconscientemente, muitas empresas já criem conteúdo que sirva todas as etapas do funil, agora, é preciso pensar em estratégias para tornar a arquitetura e estrutura destas páginas aptas, tanto para os utilizadores como para as máquinas.

Um dos principais focos do Google tem sido tentar compreender que tipo de conteúdo é útil e introduz novas informações. Criar páginas com grande densidade de palavras-chave já não garante uma posição elevada na página de resultados (SERP). Muito pelo contrário, uma página com apenas 400 palavras e com uma palavra-chave apenas no título e numa h-tag pode bem aparecer em primeiro lugar! Como?

• A página responde à questão do utilizador de forma direta;
• A página justifica a resposta de forma compreensível;
• A página introduz informação nova.

 

Ao optar por utilizar ferramentas de inteligência artificial para criar novas páginas sem input humano, as empresas limitam-se a reutilizar informações já presentes noutras páginas, criando conteúdo duplicado e sem originalidade.

É por este motivo que muitas empresas têm vindo a ver o seu tráfego diminuir drasticamente após os últimos updates do Google.

 

É fácil criar páginas baseadas em palavras-chave com volumes altos de pesquisa. Mas sem uma estratégia, estas páginas podem tornar-se apenas um peso no website das empresas. Divida as diferentes etapas do funil por tipos de páginas:

1. Caso tenha um website pequeno ou relativamente novo, comece pelo topo do funil, defina bem a sua empresa e os seus serviços;
2. Crie casos de estudo e utilize testemunhos para comprovar a eficácia do seu produto/serviço;
3. Responda às questões dos utilizadores sobre os tópicos mais básicos criando assim a sua audiência.

A ideia é ter sempre, no fundo do funil, páginas informativas como blogues ou artigos generalistas que sejam relevantes para o seu negócio, mas não diretamente ligados ao seu produto/serviço. Ao provar ser útil na informação que dá aos utilizadores, está a criar uma audiência base estável que poderá mais tarde converter.

Seguidamente, pode introduzir artigos que já refiram os seus produtos, expliquem as suas vantagens em relação a outros concorrentes e a forma como podem atender às necessidades dos potenciais clientes.

Por fim, no topo de funil, deverá ter as páginas que ajudam o utilizador a tomar a decisão: estas são as páginas em que o potencial cliente pode verificar os casos de estudo e saber mais sobre a sua empresa, de forma a tomar a decisão consciente de preterir a sua marca em relação a outras.

Independentemente do seu serviço ou produto ter um ciclo de venda longo, ou curto, tanto os utilizadores humanos como o Google, precisam de sentir que têm constante acesso a toda a informação sempre que necessitem.

Enquanto que a navegação principal deve ser simples, mas completa, não precisa de colocar lá todas as páginas do website. Garanta que tem um interlinking apropriado e que a navegação é fácil para que os seus potenciais clientes encontrem sempre respostas para o que procuram.

Nota importante: Não se esqueça que os utilizadores encontraram o seu website devido a uma certa palavra-chave, e o mais certo é começarem a jornada numa página que não a principal. Desta forma, pense na experiência que deve dar em cada página criada.

Exemplo: Suponha que a sua empresa está na indústria médica e que os seus potenciais clientes são hospitais, clínicas e casas de repouso. Ao criar um blog (fundo do funil) sobre como garantir a segurança de pacientes com demência, deve dar informação humana com conselhos que se possam aplicar a qualquer instituição. No entanto, isto não o impede de sugerir uma pulseira eletrónica de rastreamento e incluir um link para a sua página de produto.
Agora que tem o seu website organizado com toda a informação devidamente estruturada, é altura de impulsionar a sua marca.

Se pensarmos em Branded keywords (ou palavras-chave que contêm a marca), e pensarmos em vários websites como uma teia de parcerias que se apoiam mutuamente, conseguimos perceber a importância que tem de estender a sua influência para além do seu site.

Atenção: Não confundir esta secção com backlinks. Com ou sem blue links, a sua marca irá sempre beneficiar de menções em entidades terceiras.

 

Embora a utilização de redes sociais já faça parte das estratégias da maioria das empresas, a verdade é que muitas marcas as utilizam erradamente. Aqui estão os pontos a ter em referência:

• Comece por descrever a sua marca ou empresa em cada um dos seus perfis exatamente da mesma forma que o fez na página da empresa
• Escolha as Redes Sociais que irá utilizar – nem todos os produtos fazem sentido em todas as redes sociais: foque-se nas redes sociais que mais podem impulsionar o seu negócio e esqueça as restantes
• Criar perfis em todo o tipo de plataformas não é solução. Crie apenas os perfis necessários nas plataformas mais relevantes da sua indústria. Mantenha a descrição fiel ao seu website.

Por fim, procure publicar conteúdo útil: esta é a diferença entre Marketing e publicidade. Colocar apenas imagens com poucas palavras, não oferece valor ao consumidor. Partilhe artigos, blogs, textos com a sua audiência se identifique. Procure tornar-se uma referência no seu meio.

Escrever sobre tópicos informativos relacionados com o seu produto/serviço em entidades externas, como sites de notícias ou específicos da indústria, dão credibilidade extra à sua empresa.

Mais do que comprar backlinks (que altamente desaconselho), é importante criar conteúdo em plataformas que realmente dão valor. Tem muito mais impacto a criação de dois artigos excelentes em sites externos do que a compra de 7mil backlinks em sites duvidosos.

Já referido anteriormente, mas merecedor de uma secção própria é este ponto: mantenha sempre coerente a mensagem da sua marca em todas as plataformas onde esteja presente.

A melhor forma de conseguir que o Google compreenda a sua marca, os seus serviços e produtos é através da repetição da sua mensagem principal. Só assim o Google conseguirá juntar todos os pontos e perceber de forma inequívoca quem é e o que faz.

 

As sugestões acima, são o ponto de partida para a construção de uma marca saudável online. Ao aplicar estas estratégias terá a base fundamental para aplicar futuras medidas mais complicadas e exigentes, mas essenciais e extremamente efetivas para quem pretende não só sobreviver aos updates do Google mas também à emergência das inteligências artificiais.