Partilhamos consigo um artigo de Sandra Alvarez, Membro da Direção da APPM e Managing Director PHD.
Em praticamente todos os setores, as marcas tradicionais estão a enfrentar um nível de concorrência sem precedentes. São cada vez mais as marcas ambiciosas, que estão a aproveitar a rapidez da mudança para desafiarem o status quo estabelecido. Falo das marcas desafiadoras, aquelas que quebram as regras normalmente aceites no mercado e que, assim, marcam a diferença e conquistam consumidores.
Estas marcas perceberam que a mudança passou a ser a característica base no comportamento do consumidor e estão a aproveitar esta volatilidade para se adaptarem e reinventarem. Estão constantemente preparadas para se adaptarem ao ritmo acelerado com que os consumidores mudam de hábitos e preferências e isso faz toda a diferença na forma como se apresentam ao consumidor.
E fazem-no independentemente do tamanho que têm ou do facto de estarem há muito ou pouco tempo no mercado. Distinguem-se pela forma como trabalham e interagem com todos os que a rodeiam, ultrapassam obstáculos como ninguém e desafiam tudo e todos. Para estas marcas não existe um público-alvo, mas sim uma mentalidade. Partem do princípio de que todos nós somos pessoas diferentes, em contextos diferentes, e como tal segmentam sobre o “quando” e “onde” e não sobre o “quem”.
Sabem aproveitar o que de melhor a tecnologia proporciona para conquistarem o consumidor, de uma forma humana e simples, chegando-lhes com maior facilidade para lhes dar aquilo que eles nem sabiam que precisavam.
A ambição e a sede de serem recordadas exigem destas marcas um retorno desproporcional aos recursos limitados que têm e, como tal, estão dispostas a quebrar todas as regras que normalmente são aceites pela categoria.
Desafiam o convencional e o confortável para estabelecer uma relação emocional com o consumidor, onde o humor e a inteligência também ganham lugar num storytelling que as torna atraentes, num mundo cada vez mais barulhento, lotado e distraído.
Fazem-no com uma enorme inquietude, confiança sem desculpas, apetite pela luta e capacidade de lidar com a pressão e expectativas de todos aqueles que acabam por estar envolvidos com a marca.
Por vezes, esta mentalidade de marca desafiadora até faz com que “impérios”, até há pouco tempo considerados inabaláveis, tenham quedas abismais em termos de resultados, tal não é o impacto que provocam no contexto em que atuam.
Estão estas marcas a mudar o mercado? Sim, sem dúvida. Estão estas marcas a obrigar as marcas tradicionais a mudar? Completamente. Estamos a caminhar para um mercado aberto a todas as possibilidades onde vinga quem tiver uma maior capacidade de adaptação e inovação. Um mercado onde as marcas precisam de ser flexíveis à mudança, abertas ao que é novo. Um mercado onde ser ou não ser uma marca desafiante é a questão.